O que você tem feito no presente pelo seu futuro?

Esse é um assunto para muitos um tanto chato e enfadonho, contudo, saber que o Brasil como um país com tantos desafios econômicos e sociais já possui taxas de envelhecimento muito parecidas com as de países desenvolvidos, deveria chamar a sua atenção quanto ao seu futuro, principalmente, o financeiro.

As inovações globais, o saneamento básico e a evolução da medicina são algumas das variáveis que permitiram que em 2020, a população de 60 anos e mais, fosse de 1 bilhão de pessoas, o que representava 13,5% da população mundial. Ainda, projeta-se que em 2050, tenhamos 2,1 bilhão de idosos e que até lá o número de pessoas com 80+ na maioria dos países quadruplique.

Com menor taxa de natalidade, uma maior expectativa de vida, atualmente em 76 anos, e com tendência de crescimento para 83 anos, o envelhecimento no Brasil caminha rapidamente para estatísticas sobre o envelhecimento, similares às de países desenvolvidos.

Se esses números não lhe parecem gigantes, pense que, atualmente no mundo, somos um total aproximado de 7 bilhões de habitantes, e que o mundo terá que se ajustar rapidamente a um perfil de pessoas que possuirá hábitos, necessidades e exigências jamais vistas na história da humanidade. Sendo assim, haverá mais serviços e produtos para idosos, o que pode inflacionar e exigir mais recursos daqueles que atingirem a longevidade.

No Censo brasileiro do ano de 2000, estimava-se que o Brasil seria o sexto país mais envelhecido do mundo em 2025 e pouco vemos e ouvimos os brasileiros se engajarem no universo das finanças pessoais e investimentos financeiros.

O envelhecimento faz parte da vida e deve ser encarado com naturalidade. No entanto, o que se nota é que este fato é muitas vezes ignorado pelas pessoas, num imediatismo que prejudica alguns setores da vida, e não raro as finanças estão incluídas aqui. O que acaba por trazer desafios consideráveis em um momento da vida, em que a natureza em sua sabedoria coloca o ser humano em processo de “desacelerar”.

Entenda como os brasileiros envelhecem financeiramente.

Imediatismo

A falta de tempo e as múltiplas tarefas do cotidiano ocasionaram uma crescente oferta de bens e serviços, e desenvolvemos rapidamente uma cultura latente de imediatismo, o que nos prejudica nos processos de planejamento de longo prazo.

Vou pedir que você faça uma reflexão agora:  imagine-se sentado em seu sofá e sentindo uma vontade imensa de comer um brigadeiro assistindo a sua série favorita. Imaginou?

Agora responda para si mesmo o que de verdade você pensaria como uma primeira opção para realizar esse desejo?

Alternativa 1: Você se levantaria do sofá, iria ao supermercado a 3 quadras da sua casa comprar leite condensado e faria o próprio brigadeiro em sua casa.

Alternativa 2: Você pegaria o seu aparelho celular ao seu lado e buscaria uma doceria para pedir em um aplicativo de comidas o tão maravilhoso brigadeiro e outras guloseimas mais, além de, receber tudo isso no conforto da sua casa.

Posso errar as respostas de alguns poucos leitores, mas, se tudo estiver de acordo com os condicionamentos sociais e comportamentais atuais, é muito provável que você tenha escolhido (de verdade), a segunda alternativa.

Mas, qual é o problema com essa escolha? O problema é que você e muitas pessoas não percebem que temos agido, desse modo, em várias situações de nossas vidas, e que esse modo de agir é prejudicial à sua área financeira, pois, o processo de poupança e acumulação é um dos pilares fundamentais do ciclo de vida financeira e o imediatismo é o principal inimigo da estruturação financeira.

A cada decisão financeira imediatista é muito provável que você esteja postergando o seu êxito financeiro, e se antes, você olhava para isso apenas com o olhar de que não ficaria rico, agora eu te digo que o buraco é mais embaixo, pois, você pode ter que reduzir drasticamente o seu padrão de vida no futuro e a sua dignidade ficará verdadeiramente comprometida em um momento que você sonha com tranquilidade.

Baixa poupança

O que explica esse imediatismo nas finanças do brasileiro médio, além das facilidades e conveniências do mundo moderno que tiram sua atenção?

Eu não acredito mais na desculpa da memória inflacionária do país, pois, os adultos médios que não realizam nenhum investimento e hoje estão na casa dos 40 anos não se recordam mais das questões de consumo de seus tempos de criança.

Embora exista a consciência da necessidade de poupar e investir, essa prática não é realizada, satisfatoriamente, pela maioria dos brasileiros. Eu acredito que, temos reais desafios educacionais, econômicos, monetários e sociais que associados ao inconsciente coletivo de que tudo vai dar tempo ou de que um dia “Eu” começo a fazer algo, pois, vou estudar isso primeiro, são alguns dos principais motivos que trarão impactos reais ao tema do envelhecimento no Brasil.

Investimento

Se você não consegue poupar uma quantia mensal para investir, então, esse é o seu primeiro passo. Diante disso, reavalie a sua renda produtiva e seus padrões de consumo. Caso queira manter o seu padrão de consumo atual, então, mexa-se para obter uma renda produtiva apropriada e, neste caso, reavalie a sua carreira e seus desejos, pois, a gaveta das finanças não deve mais ficar vazia.

Agora, se você já consegue poupar uma quantia mensal, pense seriamente em buscar um profissional certificado para discutir e formular com você os seus projetos de vida, pois, sem medo de errar, eu acredito que 99,9% deles envolvem dinheiro.

Chega dessa conversa de que vai parar para estudar o tema, que vai aprender a fazer tudo, pois, o tempo está escasso e há excelentes profissionais, assim como, em sua área de trabalho, na medicina, na educação, na engenharia e nas finanças, aptos para te auxiliar. Ou ao comprar ou pensar em comprar uma casa você primeiro vai estudar engenharia?

Há alguns anos atrás, o Brasil passou por uma reforma no seu sistema público de previdência, o que levou, na prática, a um aumento do tempo necessário de trabalho para conseguir o benefício e a diminuição do valor desse rendimento. Com isso, saber investir o dinheiro se torna mais importante do que nunca e se você ainda nem começou, pense seriamente em como está construindo seu futuro.

Organização e Dados de Realidade

O envelhecimento financeiro não deve e não pode ser motivo de angústia.

A natureza é sabia, desde sempre, aprendemos com ela que há tempo de plantar e tempo de colher.

Com organização e munido de dados da realidade sobre a própria existência e vida, é possível que você construa uma estrutura financeira suficiente para ter as finanças pessoais consolidadas na terceira idade.

Para isso, o planejamento é essencial, e o tempo é hoje!

Deixar para a última hora poderá dificultar muito o acesso a uma vida satisfatoriamente tranquila e digna.

Em essência, o planejamento financeiro a médio e longo prazo envolve três elementos básicos: adequação de renda produtiva a controle de gastos, proteção contra a inflação e bons investimentos.

Vamos começar esse seu grande projeto de vida agora?

Viva a longevidade!

Este artigo foi útil? Acesse o site e tenha mais informações sobre o mercado financeiro.

Rosana Freitas

Compartilhe

Share on facebook
Share on twitter
Share on linkedin
Share on whatsapp
Share on telegram

Últimos posts

Quer receber novidades em seu e-mail?

*Ao se inscrever você receberá a newsletter do site Como Será o Amanhã, que periodicamente traz novos conteúdos sobre educação financeira, investimentos e muito mais. Você pode se descadastrar a qualquer momento.*

Visite nosso Podcast